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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Projeto Conte uma história

           Num belo dia me veio a luz da ideia.

 Conte uma história é um projeto aqui do blog que visa dar voz aos anônimos do nosso país.Nós conversamos com algumas pessoas falar com desconhecidos não é tão fácil quanto parece e pedimos à elas para que nos contassem histórias, poderia ser uma história da sua vida, um conto que ela ouviu na infância.

  O resultado você vai conferir aqui no blog.Inicialmente serão sete semanas com as histórias, toda quinta-feira.Podemos prolongar o projeto ou torna-lo fixo, dependendo da repercussão.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Quarto do Suicídio (Suicide Room) - Resenha

Se tem um filme que me fez chorar internamente, foi Suicide Room.
Internamente, porque no fim da trama eu estava tão comovida que me limitei a encarar a tela do computador, boquiaberta. E então desliguei o aparelho e me retirei para dormir.
Me perturbou em pensamentos por semanas, mas ainda assim tive que assistir mais uma vez para conseguir chorar, e só então me senti melhor.

O filme polonês tem como protagonista Dominik Santorski (Jakub Gierszal), que no começo, aparece apenas como um garoto de alta classe que é forçado a participar de eventos tediosos para não manchar a imagem da família.
E então os seus problemas quanto ao relacionamento familiar começa a se mostrar mais evidente. A mãe bajuladora, o pai que "não dá a mínima". O garoto passa a contar apenas com o apoio de seus amigos, especialmente de Alex, seu melhor amigo.
Dominik estava inciando a vida adulta. Prestes a sair da escola, no baile de sua formatura, duas garotas desafiam-no a beijar Alex. Ninguém momentaneamente se importou com o garoto e sua opção sexual, até uma de suas aulas de judô.
Quando o amigo imobilizou-o, seus corpos ficaram muito próximos, de forma que Dominik ejacula ali mesmo.
Os amigos passam a fazer piadas maldosas com o seu nome, até que o garoto se isola em seu quarto e encontra um curioso jogo online, em que os personagens formam uma família virtual para apoiar uns aos outros, e que grande maioria desses jovens possuem pensamentos suicidas.
Entre eles, está Sylwia, uma garota que pratica auto-mutilação e está trancada no quarto há três anos.
Sem o apoio dos pais, ou dos amigos, Dominik aos poucos tamborila entre a sanidade e a loucura, tecendo cuidadosamente os fios de sua vida, vivendo cercado de tristeza e suicídio.
O filme recebeu diversos prêmios e a classificação máxima de críticos poloneses.


Melhores cenas segundo uma fã (pode conter spoiler)

Indica: Série Delírio - Lauren Oliver



       Bem-vindo (a)
      

       Está é oficialmente, a minha primeira postagem no blog e resolvi começar com uma indicação.

   A série Delírio da autora Lauren Oliver





Sinopse do livro Delírio: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?




Se você leu a sinopse e imaginou ser outro daqueles romances distópicos água com açúcar você está imensamente enganado.
Confesso que eu fiquei com um pé atrás ao ler a sinopse, mas como gosto muito de desafios.Baixei o livro e comecei a ler.A primeira coisa que me chamou a atenção foi as citações no começo de cada capítulo, citações de livros físicos e de livros presentes no enredo.

Um mundo sem amor parecia uma grande promessa, no começo eu mesma imaginei como seria não se machucar.Mas logo foi revelando-se outra face da cura, e uma das citações que mais me chamam a atenção traduz bem isso.A infância de crianças criadas sem amor materno.




" Mamãe, mamãe, ajude-me a chegar em casa.
Eu estou na floresta, Eu estou lá fora sozinho.
Eu encontrei um lobisomem, um nojento e velho vira-lata
Ele me mostrou seus dentes e foi direto ao meu intestino.
Mamãe, mamãe, ajude-me a chegar em casa.
Eu estou na floresta, Eu estou lá fora sozinho.
Eu fui parado por um vampiro, um velho destroço apodrecendo.
Ele me mostrou seus dentes, e foi direto ao meu pescoço.
Mamãe, mamãe, coloque-me na cama
Eu não vou chegar em casa, eu já estou meio-morto
Eu encontrei um inválido, e caí pela arte dele.
Ele me mostrou seu sorriso e foi direto ao meu coração.
— De “Uma criança a caminho de casa,” Cantigas de Ninar e Contos Folclóricos, editado por Cory Levinson " (trecho retirado do livro)




Delírio foi surpreendentemente intenso e cheio de enrolação, o conflito interno de Lena.Lauren foi me contaminando a cada letra, a cada frase e eu devo confessar um grande segredo: eu contraí delíria.

Em Pandemônio, a série toma outro rumo.Lena está deixando de ser aquela garotinha medrosa, está perdendo o medo que a sociedade lhe disse que devia ter.Ela está amadurecendo e eu simplesmente não conseguia parar de ler, engolia cada letra e ansiava por mais.Existem torturantes dèjá vus ao longo do segundo livro, que apenas nos fazem gostar ainda mais.Terminei Pandemônio 1 hora da manhã e não esperei a manhã seguinte para devorar Réquiem.

O tão esperado final da série me deixou um imenso vazio preenchido com apenas perguntas.Perguntas e mais perguntas e tenho certeza de que Lauren fez isso de propósito.Deixou o final em aberto com uma mensagem clara de que queria que imaginássemos o que acontecia depois.Eu me recusa a aceitar aquilo, mas o final aberto foi uma grande jogada.

Com toda certeza, Delírio é um universo que merece ser adentrado.